Ecocardiografista.sp

Um colega clínico mandou uma foto do congresso SOCESP 23 com a afirmação:

Ecocardiografia será dominada pela inteligência artificial.

Recomendava que eu procurasse outra atividade remunerada.

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Já estou procurando…

Mas por outros motivos.

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O setor de laudos de imagem, inteiro, será englobado pela IA.

Mais precoce ainda nas áreas que não capturam as imagens com auxílio de um médico especializado.

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A ecocardiografia ainda exige uma certa habilidade manual e treinamento.

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Atualmente, para exercer a ecocardiografia com titulação oficial, são necessários, no mínimo, doze anos de estudo.

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Na prática, milhares de ecocardiogramas são realizados todos os dias por humanos que digitam o laudo baseados nas imagens recém adquiridas. Na sua maioria, sem título de atuação no setor.

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Em alguns locais, como o Reino Unido, o serviço público acumula filas enormes por falta de ecocardiografistas habilitados.

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Quanto maior a dificuldade em arrumar um ecocardiografista habilitado, por exigências extremas ou carência no mercado de trabalho, maior será o estímulo ao uso da IA.

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Parece então, que teremos uma substituição gradual do ecocardiografista presencial habilitado por alguém que colete as imagens e envie para laudo em outro local, como acontece em locais dos EUA.

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Sem romantismo, é a economia!

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Por que uma grande empresa dominante em serviços diagnósticos iria manter o custo elevado de um ecocardiografista titulado se puder usar “alguém” para coletar as imagens e enviar para laudos por IA corrigidos em centros de renome?

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A boa notícia é que teremos dez anos para nos prepararmos, tempo que a Tomo e RM não terão…

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Conselho EchoTalk: Direcione seus esforços para exames ainda muito dependentes das habilidades do examinador

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1- Transesofágico com sonda infantil para exame sem sedação em laboratório pequeno.

2- Ecoestresse físico em bicicleta

3- Ecocardiografia de doenças congênitas

4- Ecocardiografia de Valvopatias e doenças estruturais

5- Doppler de Carótidas

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OBS: Não abandone o consultório clínico, nem serviços de urgência em cardiologia.

3 comentários em “Ecocardiografista.sp

  • The technology for performing TTE by untrained operators already exists (https://youtu.be/4a874WCC_RM). AI already measures LV/LA volumes in 3D datasets obtained from an apical 4-ch view (e.g. DHM from Philips). AI is also a better diagnostician than humans (in echo -https://heart.bmj.com/content/108/20/1592- and clinically https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8754556/). In ten years ward rounds will be by nurse practitioners with smartphones connected to AI, and echo will be done as an ai-guided 3d acquisition by minimally trained operators. Radiology will cease to exist and most clinical, non interventional specialties will be decimated. The only survivors will be the surgeons, pacers, interventional cardiologists and the professions who care physically for an increasingly older (patient) population. In echo TOE will remain human; DSE has already been reported successfully by AI (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1936878X21007804) and there is no reason why the technique used for ai-guided TTE won’t be adapted for stress echo. All this will be driven by the implacable logic of cost containment. We are at an inflexion point of unprecedented severity in the history of medicine. Retire early or become a TOE operator would be my advice to “imagers”.

  • Nem eletrocardiograma as máquinas conseguem dar um laudo decente . Imagine UM EXAME MUITO MAIS COMPLEXO EM DETALHES como o ecocardiograma. Vai entrar , mas não vai derrubar.

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